sábado, 14 de julho de 2007

Poema do Ciúme - De Kali


Se entre si rangerem aos trancosEsses meus dentes francos Ao verem a luz dos teus, rentes e brancos,
Se ao verem os teus olhos assim tão fulgentes,Esses olhos meus em brilhos pungentesContra as pálpebras se apertaremNum aperto demente
E se os lábios meus, num traço tangente,Ao verem os teus em risos contentes Um contra outro se morderem Numa mordida latente,
Não será ódio, querida, creia,Nem amor, querendo, descreia.Será perda do que eu não tive,Tua fuga de minha teia.
Será o mergulho no mar profundoDe um ser que bem que se quis assim tão fundo,Ser fantástico que encantou,Mas pesca arisca, escapou.Um peixe quase inteiro, um mulher meia.
Não será a onda, mas a areia.Não será o mar por onde agora vagueias,Mas o deserto onde a ânsia serpenteia. Não será ódio que incendeia,Nem amor que me fogueiaSerão ciúmes, sereia.

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